quarta-feira, 18 de setembro de 2013

GREVE NA SCANIA! É HORA DE UNIFICAR AS LUTAS!!!!

Trabalhadores da Scania de SBC (SP) em greve; na Mercedes, 7 mil em assembléia contra demissões

16/09/2013






Após assembleia realizada na sexta-feira, para definição da PLR e da Campanha Salarial, os trabalhadores da Scania, em São Bernardo do Campo (SP), resolveram entrar em greve, rejeitando a proposta que a empresa havia negociado com o sindicato. Os trabalhadores querem a manutenção do método de cálculo da PLR, que é por produto vendido, o chamado P.U. A Scania quer mudar essa fórmula justamente neste ano, que bateu recordes de produção, reduzindo assim o valor da PLR dos trabalhadores.

A assembleia foi marcada pela disposição de luta e desconfiança dos trabalhadores na direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), ligado a CUT. As vaias foram constantes seguidas pelo coro de “P.U, P.U, P.U…”. Os trabalhadores votaram amplamente contra a proposta da empresa e empurraram o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para a organização da greve. Se dependesse do Sindicato a proposta teria sido aprovada, mas os trabalhadores mostraram que não aceitarão nenhum ataque da Scania e nem a vacilação do Sindicato.

A greve teve início hoje e começa muito forte, com a produção totalmente parada e todos os trabalhadores da produção paralisados. A Scania tenta pressionar os trabalhadores principalmente os CTDs (Contrato de Trabalho por Tempo Determinado), ameaçando romper seus contratos. Por isso a greve pelo pagamento do P.U. deve também incorporar a exigência de efetivação de todos os trabalhadores com contratos temporários (CTD’s), assim como a estabilidade de 1 ano para evitar retaliações. 

A força da mobilização dos trabalhadores da Scania mostra os limites da CUT e do SMABC, com seu governismo e sua política permanente de parceria com a empresa acima da necessidade dos trabalhadores e apontou o caminho: para impor sua vontade, os trabalhadores, tem que passar até mesmo por cima de suas direções, obrigando-as a organizar a luta.

Assembleia de 7 mil trabalhadores contra ameaça de demissões na Mercedes. É necessário unificar as lutas!

Na manhã deste domingo 15/09, os operários da montadora Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, realizaram uma assembleia para discutir a ameaça de demissão de milhares de trabalhadores. A empresa quer transferir a produção de caminhões para outra planta, o que causaria a demissão em massa.

A multinacional alemã faz esta ameaça após receber diversos incentivos do governo federal, que ao não exigir sequer a estabilidade do emprego para promover incentivos às multinacionais, coloca os trabalhadores a mercê da ganância dos patrões. Isso sem falar na série de concessões feitas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT.

Os trabalhadores compareceram massivamente à assembleia mostrando disposição de luta para garantir os empregos. Assim como mostraram disposição de luta, os trabalhadores da Scania, iniciando uma greve pelo pagamento da PLR de acordo com a quantidade de produtos vendidos. É necessário fortalecer os trabalhadores unificando as lutas para que juntos possam golpear a patronal.

Infelizmente não é essa a postura do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC). Hoje, no seu jornal (Tribuna Metalúrgica n°3424), o sindicato afirma que nas montadoras os “acordos serão por empresa”. Lamentável que o SMABC não adote a lição mais básica da luta dos trabalhadores: que juntos somos mais fortes! Mas os trabalhadores podem pressionar o sindicato e exigir a unificação, assim como fizeram os trabalhadores da Scania quando obrigaram o sindicato a fazer a greve nesta segunda-feira.

Unificar as lutas é o caminho

É necessário e possível fortalecer os trabalhadores contra os ataques da patronal com a unificação das lutas na região. Na Mercedes os trabalhadores estão tendo seus empregos ameaçados pela decisão da empresa de deslocar parte da produção para outro estado. Na Volks, há necessidade de pressionar pela vinda de um novo produto, já que o mesmo foi prometido e não virá, podendo provocar demissões. As auto-peças da região também enfrentam muita dureza da patronal na campanha salarial.  O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC deve unificar as lutas e colocar a greve na rua, pois os trabalhadores já mostraram que têm disposição e juntos somos mais fortes.  


FONTE: http://cspconlutas.org.br/2013/09/trabalhadores-da-montadora-scania-estao-em-
greve/#sthash.EO0vpwPR.dpuf - PUBLICADO EM 16/09/2013

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ao lado de Lula, Dirceu e Delúbio são homenageados no aniversário da CUT

No telão, Lula e José Dirceu vistos juntos em comemoração de 30 anos da CUT - JF Diorio/AESÃO BERNARDO DO CAMPO - O ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, ambos condenados no caso do mensalão, foram homenageados hoje na festa dos 30 anos da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em São Bernardo do Campo, cidade que também foi o berço do PT.
"Quero cumprimentar dois companheiros que iluminam a militância petista e não tem medo de fazer política e sair a rua de cabeça erguida: José Dirceu e Delúbio Soares, nós temos um orgulho enorme de vocês", disse em seu discurso o presidente da CUT, Wagner Freitas.







Dirceu estava sentado na primeira fila, na frente do palco, e separado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — principal orador da noite — por apenas quatro cadeiras, mas os dois não se cumprimentaram. Já o ex-presidente Lula preferiu evitar os réus do mensalão em seu discurso e citou José Dirceu apenas uma vez em seu discurso, ao citar a queda da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Lula citou ainda que o imposto contribuía com R$ 50 bilhões ao ano para a Saúde. Segundo Lula, se houvesse protesto como os de junho naquela época, "a CPMF não teria acabado". O ex-presidente também aproveitou a ocasião para defender a presidente Dilma Rousseff das críticas que vem recebendo dos sindicalistas, que reclamam de sua rigidez em negociações da chamada pauta sindical. "A Dilma tem o mesmo ou mais compromisso com vocês que eu tive. Ela é uma mulher que tem lado", afirmou.
As manifestações de junho também marcaram a fala de Lula. "Conheço bem a presidente Dilma Rousseff, ela teve coragem de dar respostas depois das manifestações de junho", afirmou. Nesse momento, Lula criticou também o alto preço dos ingressos para a Copa do Mundo de 2014 e deu uma estocada na Fifa. "Fizemos estádios, mas é justo que o preço dos ingressos possa caber no bolso do cidadão pobre. Em alguns jogo só tinham loiros de olhos azuis".
Lula também elogiou o presidente da Bolívia, Evo Morales, que vive momento de tensão diplomática com o Brasil, em função da fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina da embaixada brasileira em La Paz. "Estamos vendo um índio na Bolívia fazer mais que os governantes de olhos verdes fizeram por muito tempo", concluiu.
Lula aproveitou também para elogiar a condução da política econômica pela presidente Dilma, apesar do baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos seus dois anos de governo. "É importante ter em conta que a crise afetou todo mundo e também afeta o Brasil. O Brasil compra e vende. Não estamos imunes", disse. "É verdade que o PIB não está crescendo tanto quanto a gente queria, mas ate agora a massa salarial continua crescendo e a taxa de desemprego está entre as mais baixas", concluiu.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ao-lado-de-lula-dirceu-e-delubio-sao-homenageados-no-aniversario-da-cut,1068917,0.htm - Publicado no dia 29/08/2013

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Terceirização: a face oculta da Volkswagen do Brasil

O Opinião foi até a Volkswagen, em São Bernardo do Campo e constatou que milhares de trabalhadores terceirizados não possuem representação sindical, sofrem com atraso de salários e contam com a sorte para receber o FGTS.

 “Terra de Ninguém”
           Quem vê as fotos das novas linhas de produção de veículos da Volkswagen, com seus robôs e painéis de touch, não imagina que por traz deste crescimento e modernização, existe outra Volkswagen, que segundo um trabalhador entrevistado pelo Opinião é “Terra de Ninguém”.
Na Volkswagen (Planta Anchieta) existem 14 mil trabalhadores diretos, registrados pela Volkswagen do Brasil. A “Terra de Ninguém” é um universo de 6000 trabalhadores terceirizados, ou seja, quase a terceira parte do total de funcionários da fábrica é terceirizada, esses são divididos em cerca de 100 empresas. São as chamadas “gatas”.
Esses trabalhadores ocupam papel importantíssimo no processo de fabricação do carro. Além da limpeza, alimentação, manutenção de robôs ou ferramentaria, atividades ha mais tempo terceirizadas, agora a terceirização avança como uma avalanche de precarização e as “gatas” se aproximam cada vez mais da linha de montagem.
Hoje, as terceirizadas são responsáveis pela montagem dos painéis dos veículos, revestimento de portas, tanques de gasolina, tapeçaria, abastecimento das linhas de montagem, o que chamam de sequenciamento de peças. Montam as partes do carro, levam essas partes prontas para a ala em que os carros são montados, além disso, são hoje responsáveis por quase toda a logística, descarregamento das peças que chegam das autopeças e da movimentação de tudo isso até chegar à linha de montagem. 
O avanço das “gatas” é o avanço da precarização. Os trabalhadores não acumulam os direitos conquistados historicamente pela categoria. Se você entra para trabalhar como direto na Volks hoje, vai se deparar com uma realidade difícil, com salários menores, ritmo massacrante e uma sequencia de retirada de direitos. Mas com os terceiros é pior, é como se eles fossem os primeiros trabalhadores da fábrica e tivessem que conquistar tudo novamente, até mesmo leis trabalhistas a eles são negadas.
Falta de perspectivas e salários baixos
A rotatividade é muito grande, Rodrigo* acaba de ser demitido, ficou 1 ano e meio na empresa e afirma que o máximo que viu foi companheiros com 3 anos de empresa e o chefe que tinha 5 anos, completamente diferente dos “diretos” das montadoras onde 60% tem mais de 10 anos de empresa. Isso não permitindo que os trabalhadores tenham qualquer perspectiva. Rodrigo tem 20 anos, teve seu primeiro emprego em uma “gata” na Volks, uma das principais, nos diz que dominava bem o trabalho de sequenciar as peças do tanque de combustível, chegou a fazer 280 em um turno, ele alimenta o sonho de trabalhar diretamente para a montadora, pois gosta de carros, “o serviço deles não é tão diferente do nosso, daria pra pegar rápido”, diz. Provavelmente, se Rodrigo for trabalhar como “direto” na Volks se decepcione como quase todos os jovens que lá entram, mas disse que a situação na “gata” é muito difícil, a única perspectiva é ser operador de empilhadeira, que ganha R$1160, o ajudante ganha R$868 depois que passa da experiência, o convênio médico do Rodrigo só atende em um hospital, a PLR foi 500 reais enquanto na Volks foi 12 mil, o ticket compra é R$100. “Pelo menos se eu estivesse na Volks teria como fazer uma faculdade, lá [na terceirizada] teria que trabalhar umas 15 horas por dia, para ser líder e ganhar mais, mas aí o que faltaria seria o tempo para estudar”, explica. Na maioria das terceirizadas a jornada é de 44 horas semanais enquanto na Volks é 40 horas. O jovem foi demitido e ainda não recebeu seu FGTS e o seguro desemprego, a empresa que ele trabalhava faliu, perdeu o contrato, quando a outra “gata” assumiu o serviço não recontratou todos, e cerca de metade foi demitida. Rodrigo conta que chegou na empresa na segunda-feira, após afastamento médico, sua carteirinha não liberava a catraca. “O guarda consultou meu nome e disse: você está demitido, a moça do RH vai vir aqui. A moça não apareceu e eu fui embora, liguei para o sindicato que abriu um processo coletivo e está aguardando”. Rodrigo disse que quer continuar trabalhando na indústria e que já entregou currículo em várias terceirizadas.
            Como as terceiras pagam pouco, além da rotatividade, outro fenômeno que acontece é a contratação de trabalhadores sem experiência e na busca do primeiro emprego ou em vista de se aposentar, como Marlene*, 48 anos, que tem como profissão auxiliar de enfermagem, mas com muito tempo desempregada está numa “gata” “até que apareça algo na minha área”, diz. Marlene foi contratada disse que muitos colegas eram funcionários de uma empresa que faliu, foram recontratados por essa e ainda não receberam suas multas rescisórias e o FGTS. 
Divisão da classe favorece a superexploração 
Os terceirizados estão enfraquecidos para lutar, pois estão totalmente divididos. Divididos, primeiramente, dos trabalhadores diretos, até mesmo a representação sindical é diferente dos trabalhadores diretos. Não é o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que representam os terceiros. São representados por um sindicato quase fantasma. Segundo informações colhidas pelo Opinião, não existe nem sequer um diretor deste sindicato que é da região, não se conhece nenhum representante, não há representação de base. Por isso o Sindpres, é apelidado de “SindNÃOpresta” .
            Rodrigo, nos conta que “quando um salário atrasa a gente tem que falar com o próprio chefe, que manda um e-mail para a empresa que sempre fala que até meio-dia vai cair. Um dia um colega meu resolveu usar o convênio dentário, e disseram que a empresa não pagava o convênio ha três meses e não poderia atender. Ele falou com o chefe e espalhou para todo mundo. Dias depois foi demitido.” Um outro trabalhador* mais antigo diz: “quando o negócio é muito grave a gente vai na comissão [Comitê Sindical de Empresa, representação local do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa os trabalhadores diretos da Volks], mas eles não nos representam legalmente”.
Os trabalhadores terceirizados também estão divididos entre si, pois são mais de 400 empresas cadastradas no setor de compras com a Volks, com algum tipo de contrato. Não se sabe ao certo quantas estão atuando, pois na “Terra de Ninguém”, tudo muda muito rápido. Estima-se que hoje sejam 100 empresas atuando. Ou seja, em média cada empresa possui 60 funcionários. Existem três ou quatro grandes, com cerca de mil cada uma, aí terão empresas com 10 ou 20 funcionários. Muitas vezes são do mesmo dono, que fica passando os funcionários de uma para a outra para não pagar impostos ou FGTS.
É tanta empresa que entra e sai que para o trabalhador demitido receber seus direitos, “o lance é não sair de dentro da Volks até resolver, porque depois que você sai e a carteirinha é bloqueada, não se acha mais a empresa” nos conta um trabalhador* que já passou por várias “gatas”.
Os trabalhadores das empresas maiores, com muitas dificuldades se organizam para lutar pela PLR ou ticket compra, mas sem a ajuda do Sindpres, usando somente a representação e estabilidade da CIPA, que nas empresas menores nem mesmo se constitui.

As comportas da terceirização foram abertas
Essa “Terra de Ninguém” foi um dos principais impulsos para o crescimento da Volks no Brasil, que já chegou a ter nessa planta 40 mil trabalhadores diretos. O boom das terceirizações ocorreu em 2003, com um acordo feito entre empresa e sindicato, onde se terceirizou toda a Ala 21, setor que distribuía peças para toda a produção, de lá para cá, o número de trabalhadores diretos permanece em cerca de 14 mil, enquanto os terceirizados cresceram muito. O acordo que ampliou as terceirizações da empresa refletiu imediatamente na produtividade, em 2003 (ano da aprovação do acordo) a produtividade era 19,2 carros por trabalhador. Em 2004, com a ampliação da terceirização, foram 26,5, seguiu crescendo e em 2010 foram 46 carros por trabalhador*. Se a produtividade tivesse permanecido a mesma desde 1996, de 18 carros por trabalhador, hoje a empresa teria mais de 58 mil operários, e não os 25 mil que tem nacionalmente.
Na ocasião do acordo, José Lopes Feijó, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, hoje acessor de Dilma, manobrou a votação, o que proporcionou a aprovação da terceirização da Ala 21 contra a vontade dos trabalhadores. Após a traição, Feijó saiu escoltado pelos diretores do sindicato, os trabalhadores foram até a casa do Lula para pedir que interferisse, mas nada foi feito. As “comportas” da precarização foram abertas e milhares de “Rodrigos” e “Marlenes”, que seriam absorvidos como funcionários da montadora, hoje são usados pelas “gatas” como peças descartáveis. Além disso, esse patamar baixíssimo de salários e direitos rebaixa o piso de toda a fábrica.

O governo Lula, apesar de suas origens, e Dilma enche a boca pra falar deste tipo de contratações em seu governo, nada fizeram contra essa forma cruel de contratação, seguiram incentivando com verbas públicas as montadoras com essa prática. A CUT e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foram parceiros da Volks neste ataque, apunhalaram juntos os trabalhadores, com manobras e truculência. Em 2012, outro acordo de investimentos foi feito na Volks. Neste acordo está prevista a terceirização de toda a logística, cerca de mil funcionários diretos trabalham nesta área. Novamente os trabalhadores reprovaram a proposta, mas o Sindicato deu a proposta como aprovada. Mais uma traição. Mais terceirização. Mais precarização está por vir. Que a jornada de mobilizações de junho e julho possam influenciar os trabalhadores da Volks para que se unam, resistam aos ataques e construam uma nova direção para suas lutas. 
* Os nomes verdadeiros dos entrevistados foram preservados para evitar retaliações.
Fonte: Opinião Socialista Edição nº 465 - 31 de julho a 13 de agosto de 2013.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Centrais sindicais preparam protestos pelo país

Publicado em 28/06/2013 às 19h19
Por Raphael Di Cunto | Valor
SÃO PAULO  -  Sem resposta do governo federal a uma pauta de demandas, entregue dia 6 de março, as centrais sindicais farão, em 11 de julho, um Dia Nacional de Lutas, com mobilizações em todos os Estados para pressionar a presidente Dilma Rousseff a dar respostas concretas aos trabalhadores. Também haverá protestos pontuais nos aeroportos, dia 2, e contra o projeto que regulamenta a terceirização, no dia 4.
“A presidente nos recebeu na terça-feira, mas só falou dos cinco pontos [do pacto que ela propôs para responder as manifestações nas ruas]. Estamos esperando respostas há três meses e ela não falou nada da pauta trabalhista”, afirmou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
Pauta recheada
Os protestos incluem uma pauta extensa: contra o projeto de lei (PL) 4330, que regulamenta a terceirização, contra cortes dos gastos sociais para compensar a redução das tarifas do transporte público, a favor de 10% do Orçamento da União para saúde e de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, fim do fator previdenciário, pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, pró-reforma agrária e suspensão dos leilões de áreas petróleo.
O projeto da terceirização, que, segundo os sindicalistas, retira direitos dos trabalhadores, foi debatido com a presidente Dilma, que não se comprometeu em pressionar o Congresso para retirá-lo de pauta. Ela teria dito que vai acompanhar com o “máximo vigor” e que vetaria os projetos que trouxessem prejuízo aos trabalhadores. “Mas não falou se vai orientar a bancada para defender a proposta, nem o que ela propõe sobre o projeto”, disse Gonçalves.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, vai protestar em Brasília no dia 4 de julho pelo adiamento da votação do PL 4330. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados deve votá-lo dia 9.
Já a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), ligada ao PCdoB e PSB, pretende protestar nos aeroportos, na terça, 2 de julho, para que os parlamentares se sensibilizem com a pauta dos trabalhadores. “Vai ser numa terça-feira, dia em que os deputados e senadores usam os aeroportos para ir à Brasília”, afirmou o presidente da CTB, Wagner Gomes.
1º de julho
Uma “greve geral” convocada pelo Facebook para o 1º de julho, porém, não tem apoio dos sindicalistas. “O dia de mobilização é 11 de julho. Dia 1º de julho não faz parte do calendário de nenhuma central sindical. É uma fria”, disse Juruna.


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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Metalúrgicos param produção e aprovam greve geral no dia 11

Houve mobilizações em oito fábricas de São José dos Campos, Caçapava e Jacareí

Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava e Jacareí aprovaram, em assembleia, participação na greve geral que vai parar o país no dia 11 de julho. Houve atraso na produção em oito fábricas, incluindo a General Motors. As assembleias e paralisações desta quinta-feira, dia 27, fazem parte do Dia Nacional de Luta, convocado pela CSP-Conlutas, que está mobilizando trabalhadores e jovens de diversas regiões do país.

As mobilizações também funcionaram como um chamado para a greve geral do dia 11. Entre as bandeiras defendidas pelos metalúrgicos estão a redução da jornada, aumento geral de salários, criação de um Contrato Coletivo Nacional, fim do Fator Previdenciário e isenção total de Imposto de Renda sobre a PLR e sobre os salários.

Na General Motors, a produção ficou parada por uma hora. Também houve paralisações na Sun Tech, Blue Tech, Friuli, Usimoren, Wire Flex, Delbras e Emerson. Em todas elas, foi aprovada a paralisação no dia 11. Haverá novas mobilizações no turno da tarde na GM e em outras fábricas. Os trabalhadores também participarão de mais uma manifestação que acontecerá no centro de São José dos Campos, a partir das 16h.

As assembleias também aprovaram a exigência da redução dos preços da passagem do transporte coletivo e o apoio às manifestações da juventude em todo o país.
O Dia Nacional de Luta está levando para as ruas as pautas dos trabalhadores e movimentos populares organizados.

A pauta operária vai ganhar ainda mais força no dia 11 de julho, com a greve convocada de forma conjunta pelas centrais sindicais CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, UGT, CGTB, CTB, CSB e NCST. 

Na última quarta-feira, dia 26, a presidente Dilma Rousseff recebeu representantes das centrais sindicais, mas não apresentou nenhuma medida concreta que atenda às reivindicações dos trabalhadores.

“As manifestações que ocorreram pela manhã marcaram a entrada dos trabalhadores de maneira organizada nas lutas que estão sacudindo o país. Vamos mostrar aos governos federal, estadual e municipal que é preciso mudar a política econômica que privilegia os ricos e os empresários”, disse o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá. 
 
NOSSAS REIVINDICAÇÕES
- Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, rumo às 36 horas.
- Isenção total de Imposto de Renda sobre a PLR e sobre os salários.
- Fim do fator previdenciário; recomposição do valor das aposentadorias; anulação da reforma da Previdência de 2003 (comprada pelo Mensalão).
- Redução dos salários dos vereadores e políticos. Aumento geral dos salários dos trabalhadores.
- Menos recursos para a Copa e para as grandes obras; mais recursos para a saúde, educação; plano de obras para construir moradias populares, hospitais e escolas.
- Congelamento dos preços dos alimentos e das tarifas públicas.
- Municipalização do transporte público.
- Contra a precarização do trabalho e o projeto de lei 4330, das terceirizações.
 - Contra a repressão, a violência policial e a criminalização das lutas e organizações dos trabalhadores.

Fortalecer o dia 27 em todo o país e em seguida preparar o Dia Nacional de Lutas em 11 de julho convocado pelas centrais sindicais


foto interna

 As centrais sindicais brasileiras, CSP-Conlutas, CUT, UGT, Força Sindical, CGTB, CTB, CSB e NCST, juntamente com o MST e o Dieese, realizaram uma reunião nesta terça-feira (25) para discutir o processo de lutas que tomou conta do país. Foi definido que 11 de julho será o Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações, com o tema “Pelas liberdades democráticas e pelos direitos dos trabalhadores”.

A pauta de reivindicações consensual é redução das tarifas e melhoria da qualidade do transporte coletivo, mais investimentos em saúde e educação públicas, contra os leilões das reservas de petróleo e em defesa do patrimônio público, fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias, redução da jornada de trabalho e contra o PL 4330 (que regulamenta a terceirização), reforma agrária.

A luta da juventude pela redução da tarifa deu exemplo ao conquistar a revogação do aumento em diversas cidades brasileiras, principalmente as maiores, Rio e São Paulo.

A CSP-Conlutas já estará nas ruas com greves, paralisações a manifestações de diversas categorias, do movimento popular e dos estudantes nestes dias 26 e 27 de junho. Vamos fortalecer esse nosso dia de luta nacional para que ele sirva de preparação para o dia 11 de julho.

É hora de os trabalhadores irem às ruas unificados e levantarem bandeiras comuns de suas demandas. Além da participação nas mobilizações que estão acontecendo, entrará de forma organizada nesta luta. Precisamos cobrar do governo Dilma atenda demandas que não tem sido ouvidas. Essa mesma cobrança devemos fazer aos governos estaduais e municipais, sejam eles do PT, do PSDB, do PMDB ou outro partido, pois eles os responsáveis pela difícil situação do nosso povo.

Confira as matérias das outras centrais sobre o ato: 

CUT –  CUT e demais centrais sindicais decidem realizar ato conjunto no dia 11 de julho


segunda-feira, 24 de junho de 2013


Esta quinta-feira (27) é Dia Nacional de Luta pelas reivindicações dos trabalhadores

Organizar em todo país, greves, paralisações e manifestações de rua

Vivemos um momento muito importante em nosso país. A juventude brasileira deu o exemplo e foi às ruas protestar contra o preço e a qualidade do transporte coletivo nas grandes cidades. Desencadeou com isso um amplo processo de mobilização popular que sacudiu o Brasil nos últimos dias, em protesto contra todas as mazelas que tem afligido a vida dos trabalhadores, trabalhadoras e da juventude.

Todo este processo de mobilização já conquistou vitórias importantes, como a redução do preço das tarifas em várias cidades, incluindo as maiores do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. No entanto, a luta deve continuar, precisamos transformar esta vitória na primeira de uma série de muitas outras. Só dessa forma poderemos transformar para melhor o nosso país e a vida dos trabalhadores brasileiros.

Para isso é muito importante, além da participação nas mobilizações que estão acontecendo, que a classe trabalhadora entre de forma organizada nesta luta, trazendo suas reivindicações e cobrando dos governos o seu atendimento. Precisamos cobrar do governo Dilma que ao invés de ficar fazendo propaganda na TV, atenda as demandas dos trabalhadores. E a mesma cobrança devemos fazer aos governos estaduais e municipais, sejam eles do PT, do PSDB ou do PMDB.

São estes governos, do federal aos municipais, os responsáveis pela situação em que se encontra o país e vida do nosso povo. Eles tem muita agilidade e disposição política quando é para atender aos interesses das empreiteiras, dos bancos, das indústrias e do Agronegócio. Mas quando se trata de atender às nossas demandas parecem uma lesma paralítica!

Por esta razão a CSP-Conlutas, e as entidades que compõem o Espaço de Unidade de Ação, decidiram convocar seus sindicatos, movimentos populares e organizações estudantis, a organizarem uma dia de lutas em todos o país, no dia 27 de junho. A orientação é fazer greves, paralisações e manifestações de rua, aquilo que for mais adequado à situação concreta de cada categoria, cidade ou região. O que é fundamental é que, por todo o país hajam manifestações dos trabalhadores cobrando o atendimento de suas reivindicações.

Acreditamos que esta iniciativa da CSP-Conlutas e do Espaço de Unidade de Ação deve ser só uma primeira iniciativa, assim como fez também o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, que paralisou fábricas dias atrás para exigir melhoria e redução do preço do transporte coletivo. A necessidade do momento é generalizar iniciativas para por nossa classe em luta, organizar uma greve geral que possa obrigar o governo Dilma, os governos dos estados e dos municípios a atender as demandas dos trabalhadores e da juventude.

Para isso é preciso que as centrais sindicais majoritárias no país se disponham a lutar contra o governo, pois são eles os responsáveis por toda esta situação e é destes governos que precisamos cobrar as mudanças e o atendimento das nossas reivindicações.Só dessa forma seria possível unir nossas forças para colocarmos a classe trabalhadora na direção de todos este processo de lutas e fazer dele uma força que mude para melhor o Brasil. É com essa compreensão que a CSP-Conlutas e as entidades que compõem o Espaço de Unidade de Ação, ao mesmo tempo que convocam o Dia Nacional de Lutas para 27 de junho, mantem a discussão com as demais centrais sindicais, propondo a convocação conjunta de uma jornada de lutas muito mais ampla, em base a uma pauta que possa ser comum.

Nossas reivindicações:

- menos recursos para a Copa e para as grandes obras / mais recursos para a saúde educação / plano de obras para construir moradias populares, hospitais e escolas /

- redução do preço da tarifa de transporte e melhoria da qualidade / implantação da tarifa social ou tarifa zero / estatização dos transportes coletivos;

- congelamento dos preços dos alimentos e das tarifas públicas;

- aumento dos salários para compensar a inflação;

- reforma agrária;

- menos dinheiro para os bancos e mais recursos para políticas sociais como os 10% do PIB para a educação pública, já e pagamento do piso nacional dos educadores / para isso suspender o superávit primário e o pagamento da dívida externa e interna para bancos e especuladores;

- redução da jornada de trabalho;

- fim do fator previdenciário / recomposição do valor das aposentadorias / anulação da reforma da previdência de 2003;

- defesa do patrimônio público / contra as privatizações e os leilões do petróleo / contra o PL 092 que privatiza o serviço público / revogação da EBSERH que privatiza os hospitais;

- contra a precarização do trabalho e o PL 4330, das terceirizações;

- contra a corrupção / contra a PEC 37;

- contra a repressão, a violência policial e a criminalização das lutas e organizações dos trabalhadores.

Trata-se aqui de uma plataforma base, que pode ser acrescida de demandas que estejam faltando, ou mesmo ser utilizada de forma parcial, de modo a focar nas questões concretas de cada categoria ou setor social.

Organização das lutas

Por outro lado, é preciso organizar a luta em cada estado e região. É muito importante que as entidades busquem construir, a exemplo do que vem sendo feito do Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, uma coordenação(coordenação, comitê, assembleia, a forma não importa, importa o conteúdo) para as lutas que estão em curso, envolvendo todas as entidades e organizações que queiram lutar. A disposição de luta é fundamental, mas sem organização não iremos longe.

São Paulo, 21 de junho de 2013
CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular
Espaço de Unidade de Ação

Fonte: http://cspconlutas.org.br/2013/06/27-de-junho-e-dia-nacional-de-luta-pelas-reivindicacoes-dos-trabalhadores/ - Publicado em 23/06/2013

Em assembleia, metalúrgicos aprovam acordo para nova fábrica da GM


Trabalhadores dos primeiro e segundo turnos da GM reunidos em assembleia (Foto: Tanda Melo)
Os metalúrgicos da GM aprovaram, em assembleia, na quinta-feira, dia 13, a proposta de acordo que pode levar à implantação de uma nova fábrica em São José.

O acordo é válido exclusivamente para os funcionários da nova fábrica, a ser implantada, segundo os planos da companhia, em 2017.

A previsão é que sejam gerados 2.500 empregos na fábrica, além de outros 2.500 nas fornecedoras.
As negociações
A aprovação do acordo pelos trabalhadores acontece dois meses após o início das negociações, e depois de mais de um ano de luta em defesa do emprego.

“Foram dois meses de negociações duras, em que a GM insistia em retirar cada vez mais direitos. O Sindicato cumpriu seu papel e manteve uma postura séria em defesa dos trabalhadores”, explica o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá.
Prioridade para São José
As negociações ocorreram por força do acordo fechado em janeiro com o Sindicato, em que a empresa teria de priorizar São José em caso de novos investimentos.

Agora, a GM deve uma resposta a São José dos Campos.
O acordo
O acordo inclui um piso salarial de R$ 1.700, reajustado pelo INPC a partir de setembro de 2014, e uma PLR de R$ 10 mil, reajustada entre 2015 e 2017.

A fábrica fica impedida de transferir os trabalhadores da grade nova às atuais unidades. Esta cláusula protege os trabalhadores com salários mais altos de serem substituídos por outros com salários inferiores.

“Aqui, a democracia operária fala mais alto. São os trabalhadores que decidem. Desde o ano passado estamos na luta em defesa do emprego e dos direitos, e essa luta vai continuar”, afirma Macapá.

Fonte: Jornal do Metalúrgico (SindMetal São José dos Campos) - Publicado em 18/06/2013.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Termina em impasse negociação entre Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e GM

Nova reunião ficou marcada para a próxima segunda-feira, dia 10

Terminou em impasse a reunião entre Sindicato e General Motors, ocorrida nesta segunda-feira, dia 3, sobre a possibilidade de investimentos da montadora na planta de São José dos Campos.  

Depois de nove horas de negociação, ficou marcada uma nova reunião para o próximo dia 10, às 15h. Os pontos que impediram o avanço das negociações foram a estabilidade no emprego, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e o tempo de vigência do acordo. 

O Sindicato defende a estabilidade para os trabalhadores da fábrica, já que está nos planos da montadora encerrar as atividades do setor  MVA (Montagem de Veículos Automotores) em dezembro e, consequentemente, demitir funcionários. A GM, entretanto, não abre mão das demissões.

Além disso, a empresa também quer impor uma PLR de R$ 8 mil para os trabalhadores contratados para a nova linha de produção, a partir de 2017. Para o Sindicato, essa proposta é ilegal e incompatível com os alto grau de lucros do setor automotivo.

A GM ainda propõe que o acordo tenha duração de 12 anos, o que não é aceito pelo Sindicato. Já as discussões sobre o piso salarial apresentaram avanço, chegando-se a R$ 1.700 corrigido pela inflação a partir de setembro de 2014. 

“É importante ressaltar que estamos discutindo uma proposta global, em que uma questão está ligada a outra. Não aceitamos demissões e continuamos na defesa de direitos e salários. Agora teremos mais tempo para debater o assunto com os trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros.

O acordo fechado em janeiro entre GM e Sindicato prevê que, em caso de investimentos no Brasil, a montadora teria de, obrigatoriamente, priorizar a fábrica de São José dos Campos. 

As negociações com a GM estão ocorrendo desde abril. Neste período, o Sindicato se manteve na defesa de investimentos com a garantia de estabilidade no emprego, manutenção de salários e de direitos. Entre maio de 2012 e abril de 2013, a empresa já fechou 927 postos de trabalho em São José dos Campos, apesar de não ter qualquer sinal de crise financeira.

A GM pretende implantar uma nova fábrica em São José dos Campos e também criar um distrito industrial para fornecedores. Para isso, a montadora negociou com a Prefeitura e o Governo do Estado, que aceitaram reduzir impostos em benefício da montadora e fornecer toda a infraestrutura para a criação do distrito.

O Sindicato questiona a concessão desses benefícios, que vão se somar a outros já concedidos pelo Governo Federal ao setor automotivo.

“É uma vergonha que a Prefeitura e o Governo do Estado façam tantas concessões com dinheiro público, abrindo mão de recursos que poderiam ser usados em saúde, educação e moradia. Desde 2008, estamos vendo o Governo Federal privilegiar as montadoras com a redução de IPI, mas em nenhum momento vimos esse mesmo governo exigir estabilidade de emprego ou qualquer outra medida em favor dos trabalhadores”, conclui Macapá.

O Sindicato defende que o governo proíba demissões por empresas beneficiadas com incentivos fiscais e restrinja remessa de lucros para o exterior. Defende também a instituição de um Contrato Coletivo Nacional, que garanta piso salarial, jornada e direitos iguais para os metalúrgicos em qualquer lugar do país. Essa medida acabaria com as chantagens impostas pelas montadoras às cidades que querem se candidatar a receber investimentos.

Hoje, a fábrica de São José dos Campos tem cerca de 6.500 trabalhadores e produz os veículos Classic, S10, Trailblazer, além de kits para exportação, motores e transmissão.

Fonte: http://cspconlutas.org.br/2013/06/termina-em-impasse-negociacao-entre-sindicato-dos-metalurgicos-de-sao-jose-dos-campos-e-gm/ - Publicado: 04/06/2013

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Desemprego global alcançará 208 milhões de pessoas em 2015, prevê OIT


GENEBRA - O emprego aumenta e as desigualdades diminuem nas economias emergentes e em desenvolvimento, enquanto, nas economiasdesenvolvidas, é o inverso que continuará ocorrendo, prevê a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Em relatório divulgado nesta segunda-feira sobre o trabalho no mundo, a OIT destaca que o desemprego globalmente aumentará de 200 milhões hoje para cerca de 208 milhões de pessoas em 2015.
Na América Latina, o número de desempregados vai passar de 18,9 milhões em 2013 para 20,2 milhões em 2015 pelas projeções da OIT. Mas isso tem a ver com um crescimento menor na região e com um aumento da participação da força de trabalho.
A América Latina é, na verdade, a única região onde o risco de tensão social diminui, de acordo com a OIT. A situação, porém, continuará difícil no mundo desenvolvido. As desigualdades de renda aumentaram em 14 de 26 economias avançadas, incluindo França, Dinamarca, Espanha e Estados Unidos.
A entidade mostra que os lucros das empresas voltaram aos níveis de antes da crise em boa parte dos países, mas nas economias avançadas o investimento continua inferior ao que era e não cria empregos.
O relatório da OIT é, por sua vez, particularmente positivo sobre o Brasil, apresentado como exemplo de criação de emprego e aumento da renda e da proteção social dos trabalhadores.

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Após greve, GM demite trabalhadores em Gravataí

É preciso solidariedade e uma ampla campanha para barrar os ataques da montadora

Após a realização de uma greve vitoriosa durante a última Campanha Salarial, a GM de Gravataí está demitindo trabalhadores, em um claro sinal de repressão ao movimento. A denúncia parte do Sindicato dos Metalúrgicos local, mas o numero de demitidos não foi informado.

Os metalúrgicos de Gravataí pararam por três dias em abril, quando conseguiram arrancar da empresa um reajuste salarial de 9,5%, PLR de R$ 9.650 e redução gradual da jornada de 42h para 40h até abril de 2014. Uma das reivindicações do movimento era equiparação de salários, direitos e PLR com a fábrica de São José dos Campos e de São Caetano do Sul.

Agora, montadora está impondo demissões injustas, em um claro ataque ao direito de greve e manifestação dos trabalhadores.

É necessário fazer uma ampla campanha nacional e internacional em defesa dos trabalhadores de Gravataí, exigindo da montadora o fim da repressão e o retorno imediato de todos os demitidos.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e a CSP-Conlutas se solidarizam com a luta dos companheiros de Gravataí.

“Neste momento, é preciso toda solidariedade entre trabalhadores, sindicatos e centrais sindicais para barrar este ataque da montadora. A GM vem praticando uma série de ataques aos direitos trabalhistas em todo o mundo, não podemos mais tolerar isso”, afirma o secretário geral do Sindicato e membro da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Projeto de lei amplia a terceirização e coloca em risco direitos trabalhistas


Após a marcha em Brasília em 24 de abril, a CSP-Conlutas avaliou que não podíamos abrir a guarda em relação à defesa dos direitos dos trabalhadores.

A forte campanha de denúncia que realizamos, junto com outras entidades, fez com que a tramitação do ACE (Acordo Coletivo Especial), projeto de flexibilização da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), apresentado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT) continue parada.

No entanto, outras tentativas de flexibilização estão na pauta do Congresso.

O governo Dilma realmente pretende enterrar a CLT, justamente quando esta completa 70 anos. Os ataques são muitos e vêm em forma de projetos de lei. Um deles está em tramitação avançada no Congresso Nacional, o Projeto de Lei 4330, que pretende estender a terceirização para todas as atividades das empresas e do serviço público.

O substitutivo ao PL 4330/2004 já recebeu parecer favorável do relator, deputado Arthur Maia (PMDB-BA) e está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, a CCJ.

Se for aprovado em plenário será um ataque de proporções inimagináveis aos direitos trabalhistas. Na realidade, irá normatizar a precarização do trabalho, se levarmos em conta que, na prática, ela já acontece.

A categoria bancária, por exemplo, que chegou a ter aproximadamente 1 milhão de trabalhadores há 20 anos, atualmente opera com 400 mil, além de quase 400 mil terceirizados. Não é diferente entre os professores do ensino básico. De cerca de 2 milhões que atuam no país, 800 mil são contratados temporários (precarizados), sem concurso público. Há estados, como o Espírito Santo, em que esse número chega a 71%.

Pelo projeto, a terceirização poderia atingir todas as atividades das empresas privadas, estatais e do serviço público em geral. Até as chamadas atividades-fins poderiam ser transferidas para firmas terceirizadas.

Se aprovado, milhões de trabalhadores perderão seu emprego em empresas para serem contratados por terceirizadas, ou quarteirizadas, prestadoras de serviços. Ou ainda, trabalhar como pessoa jurídica sem ter acesso aos direitos trabalhistas garantidos hoje na CLT. Mesmo que continuem cumprindo horário, recebendo ordens e exercendo as mesmas atividades de antes, nas dependências do contratante. Atualmente, quem trabalha nestas condições, de acordo com o artigo 3º da legislação trabalhista, é considerado empregado, obtendo assim, diversos direitos, entre eles, férias, 13º e horas extras.

Se aprovado, o projeto também põe fim à responsabilidade das empresas contratantes de terceirizadas sobre desmandos e ações ilegais para com os funcionários. Ninguém mais será responsável por descumprimento de lei.

A aprovação desse projeto também implicará no aumento da fragmentação das categorias e ramos de trabalho, provocando o enfraquecimento da luta do conjunto da classe, assim como seu poder de negociação.

Se os trabalhadores brasileiros já enfrentam um quadro absurdo de precarização do trabalho, a tendência é piorar significativamente.

Será um impacto brutal tanto para as categorias do setor público e do privado.

Projetos de Lei 948/11 e 951/11 – Ambos sob exame da Câmara Federal, ajudam a consolidar os ataques sobre os direitos trabalhistas. O 948, apresentado pelo deputado Laércio Oliveira (PR-SE), propõe que a empresa insira uma cláusula, durante a rescisão trabalhista, por meio da qual o empregado abre mão do direito de reclamar na Justiça do Trabalho qualquer direito que não tenha sido expressamente ressalvado no momento da rescisão.

Já o 951, apresentado pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), cria o Simples Trabalhista. Dessa forma permite a redução de direitos dos empregados de pequenas e microempresas. O projeto prevê a redução de 8% para 2% da alíquota do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Além disso, cria uma categoria diferenciada de trabalhadores, pois acaba com a poupança que protege o trabalhador demitido sem justa causa. O projeto indica ainda o fracionamento do gozo de férias em até três vezes.

Assim, por meio de projetos de lei variados, segue a ofensiva patronal e do governo contra os direitos trabalhistas.

Por isso, é preciso resistir!  A Marcha de 24 de abril foi um passo nesta direção, mas a defesa dos direitos continua em cada uma das categorias, em cada um dos estados.