segunda-feira, 10 de junho de 2013

Termina em impasse negociação entre Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e GM

Nova reunião ficou marcada para a próxima segunda-feira, dia 10

Terminou em impasse a reunião entre Sindicato e General Motors, ocorrida nesta segunda-feira, dia 3, sobre a possibilidade de investimentos da montadora na planta de São José dos Campos.  

Depois de nove horas de negociação, ficou marcada uma nova reunião para o próximo dia 10, às 15h. Os pontos que impediram o avanço das negociações foram a estabilidade no emprego, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e o tempo de vigência do acordo. 

O Sindicato defende a estabilidade para os trabalhadores da fábrica, já que está nos planos da montadora encerrar as atividades do setor  MVA (Montagem de Veículos Automotores) em dezembro e, consequentemente, demitir funcionários. A GM, entretanto, não abre mão das demissões.

Além disso, a empresa também quer impor uma PLR de R$ 8 mil para os trabalhadores contratados para a nova linha de produção, a partir de 2017. Para o Sindicato, essa proposta é ilegal e incompatível com os alto grau de lucros do setor automotivo.

A GM ainda propõe que o acordo tenha duração de 12 anos, o que não é aceito pelo Sindicato. Já as discussões sobre o piso salarial apresentaram avanço, chegando-se a R$ 1.700 corrigido pela inflação a partir de setembro de 2014. 

“É importante ressaltar que estamos discutindo uma proposta global, em que uma questão está ligada a outra. Não aceitamos demissões e continuamos na defesa de direitos e salários. Agora teremos mais tempo para debater o assunto com os trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros.

O acordo fechado em janeiro entre GM e Sindicato prevê que, em caso de investimentos no Brasil, a montadora teria de, obrigatoriamente, priorizar a fábrica de São José dos Campos. 

As negociações com a GM estão ocorrendo desde abril. Neste período, o Sindicato se manteve na defesa de investimentos com a garantia de estabilidade no emprego, manutenção de salários e de direitos. Entre maio de 2012 e abril de 2013, a empresa já fechou 927 postos de trabalho em São José dos Campos, apesar de não ter qualquer sinal de crise financeira.

A GM pretende implantar uma nova fábrica em São José dos Campos e também criar um distrito industrial para fornecedores. Para isso, a montadora negociou com a Prefeitura e o Governo do Estado, que aceitaram reduzir impostos em benefício da montadora e fornecer toda a infraestrutura para a criação do distrito.

O Sindicato questiona a concessão desses benefícios, que vão se somar a outros já concedidos pelo Governo Federal ao setor automotivo.

“É uma vergonha que a Prefeitura e o Governo do Estado façam tantas concessões com dinheiro público, abrindo mão de recursos que poderiam ser usados em saúde, educação e moradia. Desde 2008, estamos vendo o Governo Federal privilegiar as montadoras com a redução de IPI, mas em nenhum momento vimos esse mesmo governo exigir estabilidade de emprego ou qualquer outra medida em favor dos trabalhadores”, conclui Macapá.

O Sindicato defende que o governo proíba demissões por empresas beneficiadas com incentivos fiscais e restrinja remessa de lucros para o exterior. Defende também a instituição de um Contrato Coletivo Nacional, que garanta piso salarial, jornada e direitos iguais para os metalúrgicos em qualquer lugar do país. Essa medida acabaria com as chantagens impostas pelas montadoras às cidades que querem se candidatar a receber investimentos.

Hoje, a fábrica de São José dos Campos tem cerca de 6.500 trabalhadores e produz os veículos Classic, S10, Trailblazer, além de kits para exportação, motores e transmissão.

Fonte: http://cspconlutas.org.br/2013/06/termina-em-impasse-negociacao-entre-sindicato-dos-metalurgicos-de-sao-jose-dos-campos-e-gm/ - Publicado: 04/06/2013

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